quinta-feira, 25 de maio de 2017

Socialismo e estatismo = corrupção


Estatismo e corrupção


Ney Carvalho


A história brasileira não conhece episódios de corrupção endêmica como aos que hoje assistimos, nem no Império nem na República Velha. Ambos foram regimes em que o Estado se mantinha alheio aos negócios e à vida privada. A origem da corrupção é claramente identificável.

O crescimento da influência estatal sobre a economia nasceu na ditadura Vargas nos anos 1930. Vargas foi o principal responsável pelo aumento do poder do Estado mantido, inexplicavelmente, pelos regimes liberais que se sucederam após sua destituição.

Naqueles tempos foi uma constante a criação de repartições públicas como autarquias, conselhos, departamentos, inspetorias, institutos e, sobretudo, empresas estatais. Surgiram a Vale do Rio Doce e a Siderúrgica Nacional. De um dos presidentes da primeira dizia-se que havia bebido o rio, comido o doce e deixado um vale no caixa

A segunda chegou aos anos 1990 inadimplente com 44 bancos e fornecedores diversos, além de todos os impostos e contribuições. Tinha linhas de produção paralisadas por falta de insumos, e foi possível reduzir o quadro funcional em um terço do efetivo. Essas duas empresas foram salvas da onda de corrupção atual pelas privatizações.

As companhias lançadas no mandato de Vargas entre 1951 e 1954, Petrobras, BNDES, e Eletrobrás não foram privatizadas e estão hoje em todos os cardápios de corrupção, prejuízos, delações premiadas e demais mazelas a que temos assistido.

O poder quase absoluto do Estado sobre a economia está na raiz da corrupção. Ela atinge todos os contribuintes e, portanto, a coletividade, pois é ela que pagará a conta. Quanto mais ascendência o Estado tiver sobre a economia, mais corrupção existirá na sociedade respectiva

E o Brasil é vítima evidente do estatismo criado nos anos Vargas, mantido nas etapas posteriores, inclusive no regime militar, e exacerbado no período lulopetista.


É escritor e historiador

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