quinta-feira, 3 de março de 2016

O CIMI e o índio morto no Mato Grosso do Sul



Delegado declara que CIMI instigou resistência de índios à ordem judicial

Ontem, 2 de março, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) ouviu o delegado da Polícia Federal (PF), Marcelo Alexandrino de Oliveira que presidiu o inquérito policial da reintegração de posse da Fazenda Buriti, em 2013, ocasião que houve a morte do indígena Oziel Gabriel.
“Efetivamente os integrantes do CIMI instigaram os indígenas a continuar na área invadida e a resistirem a ordem judicial. Inclusive no inquérito os indígenas foram indiciados por formação de quadrilha”, afirmou Marcelo. E advertiu: “Se não fosse a incitação do CIMI com certeza os indígenas teriam saindo da fazenda de forma pacifica e em consequência disso a morte do indígena Oziel teria sido evitada”.
O delegado assegurou que na reintegração de posse da Fazenda Buriti foram aprendidas armas de fogo e que havia uma de fabricação caseira. Acrescentou ainda que um militante do CIMI foi pego com um manual de como fazer bomba caseira.
Quando questionado se havia possibilidade de ter uma organização que esteja agindo por trás de tudo o delegado avaliou que sim. “O inquérito mostra que sim e dá indícios que pode ter uma organização que pode agir em todo o Brasil”, admitiu.
E destacou ainda que é competência da PF apurar os crimes contra as comunidades indígenas e que a PF é a favor dos indígenas porque sua função é a de proteger. Registrou também que o relato do inquérito policial da reintegração de posse foi entregue no ano passado para o Ministério Público Federal.

A deputada Mara Caseiro que preside a CPI avaliou como produtiva a reunião. Para ela, o inquérito que a PF enviou a CPI apresenta um trabalho muito bem feito e detalhado. 
Informa ainda que na Fazenda Buriti os indígenas foram incentivados a não desocupar a área e a desobedecer à decisão judicial por integrantes do CIMI, e, em razão disso, ocorreu uma morte. A deputada pergunta: “Quem deveria ser o culpado desta morte?” para responder: “quem incentivou a desobediência à lei”.

Fonte: Por: Juliana Turatti   Foto: Wagner Guimarães 

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