quarta-feira, 30 de março de 2016

O Brasil que queremos



A Pátria que queremos 

Por Carlos Alberto Da Cás* 

Nesses tempos inquietos da América Latina vê-se de tudo: vozes sensatas, divagações, teorias conspiratórias e manipulações de todos os tipos. Porém a razão persiste em sobreviver: a Terra de Colombo, como uma Fênix, sempre vem renascendo das cinzas. 

Afinal vemos hoje um Macri, maestro de fato, na então desafinada orquestra argentina; um Maduro agonizando na decadente Venezuela; e uma Dilma pedalando para trás no nosso calejado Brasil. Em síntese, os fachos do então forte farol bolivariano estão minguando a cada dia. 

Mas nessa percepção há uma precavida ressalva: esse pessoal é ardiloso e por isso deva ser ainda observado. Basta lembrar que, mesmo com a queda do ícone da revolução socialista, a ex-URSS, entre outras tantas tragédias vermelhas, ainda persistem partidos afins no mundo, inclusive no Brasil. 

O MST foi e sempre será perigoso, pois reza a cartilha da ideologia marxista. Tumultua o campo em todo o País, apoiado pelo governo petista. Seu líder Stedile, radical porém esperto, prefere áreas produtivas do agronegócio visando vantagens, além de explorar o conflito de classes. 

Enquanto isso, seus dirigentes, tais quais os sindicalistas, enchem os seus bolsos de dinheiro fácil, com a mão camarada do governo petista. Por tudo isso é prudente acompanhar seus rastros e cobrar na forma da lei. E no desespero petista se oferece como tropa de choque. 

A ideia de Pátria Grande, hoje bandeira do MST, foi originada no Foro de São Paulo, ainda sob forte influência do então Chaves. Seu delírio bolivariano desencavou esquisitas teses utópicas como a criação da URSAL ( União das Repúblicas Socialistas da América Latina). 

O Lula com a sua garganta populista deu certa voz a essa tal solidariedade bolivariana. O lado `B" do Itamaraty, com a liderança do falso diplomata Marco Aurélio Garcia, flertou com a essa idiotice latino-americana, prejudicando o Brasil em diversas situações, destacando-se a crise envolvendo a Petrobras na Bolívia. 

Nesse contexto foi criada a UNASUL, até coerente, tal qual a OTAN e outros tratados de defesa continental. Mas o ranço socialista consegue deturpar quaisquer objetivos pragmáticos e assim já tentaram abusar da prematura UNASUL, inferindo envolvê-la com a capa e a coroa da Pátria Grande. Mas encontraram resistência, principalmente das isentas Forças Armadas Brasileiras. 

E o futuro? Enquanto o Estado flertar com o criminoso MST e afins haverá inquietação. Mas, enfim, percebe-se novos olhares sobre a neblina populista que avançou nestas terras latinas. 

A queda do projeto de poder petista é só uma questão de tempo, que se acelera. Hoje a população e muitas instituições sérias já identificaram o grande engodo e se articulam para reconstruir um mundo novo, com um estado dinâmico, racionalizado e eficaz, capaz de permitir uma economia de mercado sustentável e a garantia dos direitos e deveres de uma plena democracia. 

E é essa Pátria que queremos e não arremedo esquisito de qualquer tamanho utópico. 

* General, Doutor em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares e MBA Executivo da FGV. 

Use o endereço de e-mail para falar com o autor: rcdacas@hotmail.com 

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