sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Lava Jato: o clima é de pânico e o momento está próximo



Análise: Governo Dilma enfrenta pior crise
IGOR GIELOW
Folha de São Paulo

(Resumo do Blog)
Com a nova fase da Operação Lava Jato e a implosão da Petrobrás, o governo Dilma enfrenta sua maior crise – e ela está apenas no começo. O fato é que a presidente terá muita dificuldade de dissociar-se do mar de óleo viscoso da corrupção que sob os porões da Petrobras.

Há clareza de todas as pontas e intermediários de uma teia criminosa: altos executivos das financiadoras de campanha foram presos, corruptos, corruptores e os agentes que operavam para eles foram pegos.

Claro que ainda falta a cereja do bolo: os políticos que se beneficiaram do esquema. Até aqui, os nomes que circulam por Brasília e o tamanho de seu envolvimento ensejam a construção de uma ala nova na Papuda.

O clima é de pânico  e o momento está próximo.

O governo provará que não irá atrapalhar as investigações, como Dilma repete a todo momento. A intimidação promovida pelo ministro da Justiça contra delegados que expressaram opiniões políticas em redes sociais fechadas não pareceu um começo promissor.

Além disso, o Planalto parece perdido com o escopo da desintegração da credibilidade da Petrobras no mercado. 

A trapalhada sobre o adiamento de seu balanço, que simplesmente não passou pelo crivo das auditorias, fez as ações da empresa derreterem.

Sob investigação em um ambiente ainda mais rígido, o mercado norte-americano, há um risco de dano permanente à petroleira.

Para completar o quadro, Dilma não teve um dia de paz desde que foi reeleita em 26 de outubro. 

Enfrenta uma rebelião de sua base no Congresso liderada pelo PMDB. Escancarou o que ela nega ser estelionato eleitoral: a adoção de uma agenda econômica não muito diferente daquela que Aécio Neves aplicaria caso a tivesse derrotado nas urnas.

Muito mais grave, o governo assumiu que estava a maquiar o buraco nas contas públicas e propôs ao Congresso uma gambiarra na Lei de Diretrizes Orçamentárias que lembra o proverbial "devo, não nego, pago quando puder".

É sob esta tormenta que a presidente terá de convencer a opinião pública de que seu governo não sabia das coisas escandalosas que ocorriam na Petrobras.


Nenhum comentário: