terça-feira, 6 de maio de 2014

PT: enquanto uns odeiam a classe média, outros odeiam as elites...




Lula atacou as “elites” na última sexta-feira, classificando-as de “ingratas” de vez “nunca ganharam tanto quanto no governo do PT”. Trata-se de uma afirmação e tanto de vez que tem dois conteúdos de duvidosa interpretação. 

O primeiro é que o ex-presidente dá a entender que o governo do PT serviu mais as elites que à sua base de apoio original, os distintos trabalhadores. 

O segundo aspecto é que Lula interpreta a política, mesmo que em seu grau mais prosélito, como um jogo de gratidão ou ingratidão como se fosse um jogo entre amigos. Logicamente, o presidente de honra do PT sabe que as coisas não funcionam assim e que no discurso tudo é possível.

Todavia, o maior paradoxo desta fala de Lula seja o fato de que nunca no governo petista houve tanta dependência das “elites” para que o futuro do governo seja melhor que o previsto. 

Afinal, serão as “elites”, vulgarmente alinhadas com o capital (que não tem mais pátria), que decidirão se investem ou não no pais e, com efeito, mudam o cenário de fraqueza da demanda. 

O Brasil precisa de investimentos e a coisa é urgente pois que os salários (consumo) já não fornecem o ingrediente para fazer o PIB crescer. Os sinais que tem sido emitidos pelas “elites” não são confortadores. 

Silenciosamente, em alguns casos (os industriais, por exemplo), e em voz alta em outros (o mercado financeiro), os membros do andar de cima da sociedade estão trabalhando para afastar Dilma Rousseff do poder e, se for possível e Lula tropeçar, o próprio PT. 

Lula também sabe disso e está gostando de surfar nestas ondas turbulentas, ora flertando com a candidatura presidencial à reeleição, ora tentando atrair atenções para a sua própria candidatura. 

Ou seja, o ex-presidente Lula, está mesmo é afagando as elites, das quais parece gostar. Se não gosta, sabe bem fingir…

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