terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Ambientalismo, uma nova religião?


Psicose Ambientalista  (VII)

O historiador norte-americano Thomas Woods, em sua obra Como a Igreja Católica construiu a Civilização Ocidental, destaca um exemplo particularmente vivo da salutar influência dos monges no seu entorno físico, analisando os pântanos de Southampton, na Inglaterra. Um especialista descreve como era essa região no século VII, antes da fundação da abadia de Thorney:

“Não passava de um enorme pântano. 

Os charcos eram provavelmente parecidos com as florestas da desembocadura do Mississipi ou as marismas das Carolinas: um labirinto de errantes córregos negros;...
...grandes lagoas, atoleiros submersos a cada maré da primavera; enormes extensões de juncos, carriços e samambaias; grandes bosques de salgueiros, amieiros e álamos cinzentos;... 

...florestas de abetos e carvalhos, freixos e álamos, aveleiras e teixos, que em outro tempo haviam crescido naquele solo baixo e fétido, agora eram engolidas lentamente pela turfa flutuante, que vagarosamente devorava tudo, embora tudo conservasse. 

Árvores derrubadas pelas inundações e tormentas flutuavam e se acumulavam, represando as águas sobre o terreno.
Córregos desnorteados nas florestas mudavam de leito, misturando limo e areia com o solo negro da turfa. 

A natureza, abandonada ao seu próprio curso, corria cada vez mais para uma selvagem desordem e caos, até transformar todo o charco em um lúgubre pântano”.

***

Cinco séculos depois, foi assim que William de Malmesbury (1096-1143) descreveu aquela região:

“É uma réplica do paraíso, onde parecem refletir-se a delicadeza e a pureza do céu. No meio das lagoas, erguem-se bosques de árvores que parecem tocar as estrelas com as suas altas e esbeltas frondes;...

...o olhar fascinado vagueia sobre o mar de ervas verdejantes, os pés pisam as amplas pradarias sem encontrar obstáculos no seu caminho.
Até onde a vista alcança, nenhum palmo de terra está por cultivar.Aqui o solo é escondido pelas árvores frutíferas; acolá, pelas vinhas estendidas sobre o chão ou puxadas para o alto sobre caramanchões.
Natureza e arte rivalizam, uma suprindo tudo o que a outra esqueceu de produzir. Ó profunda e amável solidão! Foste dada por Deus aos monges, para que a sua vida mortal pudesse aproximá-los diariamente do céu”.

Sim a Igreja Católica converteu e civilizou os povos bárbaros, ensinando-os a cultivar o solo e preservar a natureza, com sabedoria e desejo de perfeição.

A visão metafísica católica não pode ser confundida com a de certas seitas panteístas que divinizam a natureza. Para um católico, a Criação deve antes de tudo ser contemplada. 

De uma pequena pétala de rosa a um grandioso pôr-de-sol, ela é belíssima nos detalhes, e especialmente no conjunto. 

A contemplação de sua grandeza, beleza e ordem é apontada por Santo Tomás de Aquino como a quarta via do conhecimento de Deus. 

O salmista canta: “Os céus narram a glória de Deus, o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Sl. 19, 1). 

Até mesmo os seus horrores são úteis ao servir de contraste do feio com o belo, do vício com a virtude.

O homem e a natureza vêm sendo agredidos pela poluição decorrente da industrialização e da rápida urbanização ditadas por uma modernidade que rompeu com os valores do passado e, ao mesmo tempo, se encontra ofegante para usufruir das promessas da tecnologia. 

Em consequência, novas propostas de ambientalismo e defesa da natureza são apresentadas e propagandeadas pelos grandes meios de comunicação, por líderes mundiais e organismos internacionais, como a ONU. 

No entanto, infelizmente, por trás de grande parcela dessa defesa da natureza se oculta uma nova ideologia, até mesmo uma nova religião, que pretende justificar e implantar uma sociedade humana igualitária e neotribal, lastreada num misto de pseudociência com filosofias arcaicas e pagãs.

(Continua)


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