sábado, 1 de setembro de 2012

Código Florestal: Dilma veta acordo


Congresso não é cartório 


A presidente Dilma Rousseff desautorizou, ontem, acordo fechado pelos governistas no Congresso, com a bancada ruralista, que permitiu a votação do novo Código Florestal, na comissão especial, reduzindo a proteção ambiental. 

Em discurso, Dilma afirmou: "O governo não assume responsabilidade por negociações que não foram feitas com a presença dele". Também disse que "não vê motivos econômicos para que não mantenhamos as áreas de proteção ambiental ao longo do leito dos rios, perenes ou não". 

Dilma quer que, no Senado, a base governista retome o texto original da MP, com uma área maior de recomposição ambiental na beira dos rios. 

Após a cerimônia, em entrevista, Izabella disse que o resultado da votação "foi um retrocesso do ponto de vista de recuperação ambiental, porque iguala os grandes proprietários aos pequenos" - OESP, 31/8, Vida, p.A21; O Globo, 31/8, País, p.12; FSP, 31/8, Poder, p.A8. 


Presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, o deputado Homero Pereira (PSD-MT) disse que, se o acordo não valer para a recuperação da vegetação ao longo dos cursos d'água, também não valerá para a proteção aos rios intermitentes. 

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), da bancada ruralista, disse que a desautorização do acordo abre um precedente perigoso: 

"O Congresso não é um cartório escriturário do Planalto. Vive de acordos, e o único instrumento que temos é a palavra dada. Assim fica impossível. É um precedente gravíssimo" - O Globo, 31/8, País, p.12.

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