segunda-feira, 1 de junho de 2009

A safra agropecuária, a “crise” e Aristóteles (II)

Agronegócio faz o seu dever

Para o estudioso Helio Brambilla, a política do governo no tocante ao setor sucro-alcooleiro foi muito enredada, tanto em face do grande aumento da produção de açúcar e de álcool, como da quebra de contratos internacionais para a exportação desses produtos. Isso trouxe grave conseqüência: cerca de 30 milhões de toneladas de cana não foram colhidas no Centro-sul do País, o equivalente à metade de toda produção do Nordeste.

Se o governo tivesse adotado o “imposto zero” para quem colhesse e processasse o excedente da safra, ou mesmo autorizado a venda direta do álcool das usinas para o consumidor a preços bem inferiores aos do mercado, o estoque excedente seria desovado para o bem do povo e teria gerado milhares de empregos!

Portanto, o agronegócio esteve à altura do seu papel histórico de produzir comida farta e barata para a mesa dos brasileiros, gerando milhões de empregos e muitas divisas através de sua crescente exportação!

Apesar da “crise” e de alguns problemas pontuais – seca no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, e enchentes do Norte e Nordeste –, as perspectivas da safra para 2009 são muito promissoras. Segundo as previsões, a safra de grãos ficará apenas uns 10% abaixo da do ano passado.

Também no Mato Grosso do Sul, o maior exportador de carnes do Brasil, houve problemas localizados. Por exemplo, o de frigoríficos que ficaram em situação difícil ao fazerem aplicações de risco, comprometendo muito a vida dos pecuaristas.

O primeiro trimestre de 2009 funcionou como boa amostragem do panorama do ano. Apesar de termos exportado menos do que em igual período do ano passado, as receitas em nossa moeda foram maiores em virtude do dólar valorizado.

Está previsto um aumento acentuado na produção da cana-de-açúcar, em razão da melhora dos preços do açúcar no mercado internacional com a quebra de safra indiana. Por sua vez, o álcool está com preço abaixo do tolerável para os produtores, mas alto demais nas bombas!

Como perguntar não ofende, de quem deve ser a culpa? Muitos, não sem razão, apontam para a Petrobrás!

E ainda assim, a produção deverá passar de 30 bilhões de litros, ou seja, mais de 500 mil barris/dia.

No quesito carnes, grãos, a produção, o consumo e as exportações vão paulatinamente chegando aos patamares do ano passado, antes da eclosão da “crise”.

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