quinta-feira, 25 de junho de 2009

Benefícios do desmatamento

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Pesquisador irrita ambientalistas
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O pesquisador e ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Eustáquio Reis, defendeu no dia 20/6 os benefícios do desmatamento e incomodou ambientalistas do fórum sobre meio ambiente, realizado paralelamente às atividades do 11° Festival Internacional de Cinema Ambiental.

Doutor em economia, Reis começou sua apresentação argumentando que não se pode falar em meio ambiente sem levar em conta as vantagens econômicas do desmatamento.

Segundo ele, na maioria das vezes há relação direta entre devastação e ganhos econômicos, como no Mato Grosso, região que enriqueceu com base na produção de soja em larga escala. "O desmatamento não tem só custos. Tem benefícios. É fundamental ter noção dos benefícios", destacou.

"As estradas são vistas como demônios na Amazônia. Não é assim. Alguns efeitos podem ser minorados. E seria criminoso com os produtores e com o país negar oportunidades mais competitivas de transporte", acrescentou.

Reis argumentou que, em nome da garantia de bem-estar das futuras gerações, a sociedade não poderá abrir mão do avanço sobre áreas ainda preservadas para expansão da produção agropecuária.

Não creiam que teremos que abdicar da soja e do gado”, disse. Para ele, a estabilização do desmatamento da Amazônia em cerca de 40% seria razoável. Atualmente, a área desmatada do bioma é de cerca de 15% do total.

O pesquisador questionou o falso consenso em torno do desenvolvimento sustentável e provocou os ativistas ao dizer que o desmatamento quase total da Mata Atlântica em São Paulo “não trouxe nenhuma conseqüência mais drástica” para o estado ou para o país.
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Reis ainda apontou a existência de interesses internacionais na conservação da Amazônia como sumidouro de carbono para reduzir os impactos das mudanças climáticas e questionou o cenário que prevê a transformação da floresta em savana por causa do aquecimento do planeta.

Os modelos que previam mais chuvas para a Amazônia foram cortados. É um jogo de cartas marcadas. Essa idéia de savanização é até irônica. Se tivermos garantia de savanização da Amazônia, então o melhor é aproveitá-la logo antes que se torne improdutiva”.


Fonte: Agência Brasil 23/6/09 - Délcio Rocha


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