quarta-feira, 2 de julho de 2008

Reforma Agrária = má fé (final)

Assentamento do Paulinho (final)

O tesoureiro da associação, Cristiano Fernandes conta que obrigado a procurar trabalho fora. Com verba do Pronaf, ele construiu uma estufa, mas foi autuado pelo Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais. A estufa foi embargada e, acusado de crime ambiental, ele fez acordo com o Ministério Público. "Tive de plantar 90 árvores."
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Fernandes conta que Paulinho fez de tudo para salvar o assentamento. "Ele até pagou o Serasa para limpar o nome do pessoal e conseguiu que o Pronaf bancasse os projetos." A associação recebeu verbas para fomentar a produção de hortaliças, frangos, ovos e legumes em estufa. Nada foi adiante: as estufas estão em ruínas e aviários são usados para criar porcos e cabras.
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"Os projetos pararam porque houve irregularidades na compra do material e na prestação de contas", conta Fernandes. Os assentados nunca pagaram um centavo do valor da terra e das benfeitorias, e a maioria dos que tomaram financiamentos está inadimplente.
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O assentado Ednilson de Camargo, de 41 anos, acusa a associação de perseguir quem produz. "Querem me excluir porque dizem que tenho um patrimônio de mais de R$ 50 mil, mas ninguém vê que levanto de madrugada e trabalho até a noite."
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Ele adquiriu um trator, uma colheitadeira, um carro e vários implementos, tudo usado. Camargo faz lavoura e ainda aluga as máquinas para produtores de fora. No seu lote, colheu 250 sacas de milho e faturou R$ 6,3 mil que vai investir na reforma de outro trator velho. "Quem entra aqui e melhora fica visado", diz.
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É o que está acontecendo com o assentado Airton Oliveira. Ele montou por conta própria um conjunto de estufas onde cultiva hortaliças que vende na cidade. Progrediu, mas está ameaçado de expulsão. "A situação dele é irregular porque comprou os direitos de outro assentado à revelia da associação", afirma o tesoureiro Fernandes.
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O problema é que há mais de dez assentados na mesma situação. Apenas um, Leandro Aparecido Batista, foi excluído. Outros simplesmente fecharam as casas e se mudaram para a cidade.
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O tesoureiro acredita que só uma mudança na forma de exploração pode salvar o assentamento. "Ao invés de trabalhar em conjunto, pretendemos organizar o trabalho individual, em lotes de até 2 alqueires." As terras não eram as mais adequadas para o assentamento. "Tem muita pedra e até tentamos explorar uma pedreira, mas o meio ambiente não autorizou."
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Ele também não entende por que se construiu a vila com 72 casas, se já havia 32 moradias de bom padrão na fazenda, entre elas a casa-sede. A casa-sede e as moradias dos colonos estão, agora, em completa ruína.
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Também se perderam os currais, a usina de beneficiamento de café e terraços de secagem – benfeitorias incluídas no valor pago pela fazenda. A dívida total do projeto já beira os R$ 6 milhões.
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Comentário do Blog: Veja como seu dinheiro de impostos está sendo aplicado pelo governo... Ainda que fosse neste único exemplo! Infelizmente, este caso não é senão a repetição da implantação dessa política de cunho socialista.
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Fonte: OESP, 29/6/08

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