sexta-feira, 30 de maio de 2008

Deputado mineiro exalta harmonia social


CÂMARA DOS DEPUTADOS

Data: 28/05/2008 * Hora: 14,04 h * Sessão: 113.2.53.
O SR. LAEL VARELLA (DEM-MG. Pronuncia o seguinte discurso.)

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, comemoramos no último dia 13 de maio os 120 anos da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel extinguindo a escravidão que infelizmente vigorou no Brasil. Nossa história precisa ser resgatada e comemorada, a fim de que os grandes feitos que a assinalaram se tornem conhecidos. Eles servem assim de exemplo e estímulo para que outros, tanto em nossos dias como na posteridade, possam reproduzi-los.

Ao contrário de certo revisionismo histórico que distorce a verdade em nome de uma luta de classes, gostaria de mencionar, e, ao mesmo tempo, dar conhecimento aos meus pares de três comemorações que merecem ser registradas desta tribuna.
No Rio de Janeiro, a Imperial Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos começou o dia 13 de maio prestando homenagem à D. Isabel e aos grandes abolicionistas junto ao Monumento à Redentora, na Avenida Princesa Isabel, no Leme. Ao meio-dia, realizou-se uma Missa e Ofício De Profundis pelas almas da Família Imperial, abolicionistas e dos escravos do Brasil, na Imperial Irmandade dos Homens Pretos.

À tarde, missa solene em ação de graças pelos 120 anos da redenção do Brasil e em memória de D. João, Príncipe Regente, que exatamente 200 anos atrás celebrou seu primeiro aniversário natalício com Missa e Te Deum na Igreja do Rosário, então Sé Catedral do Rio de Janeiro.
A programação encerrou-se com solenidade na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, durante a qual se procedeu à outorga dos Títulos de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, em caráter post mortem aos grandes abolicionistas José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, que nasceu em 1763 e morreu em1838; José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco, que nasceu em 1819 e morreu em 1880; Antonio Frederico de Castro Alves, o Poeta dos Escravos, que nasceu em 1847 e morreu em 1871, e José Carlos do Patrocínio, o Tigre da Abolição, que nasceu em 1853 e morreu em 1905.

Em Minas Gerais, a solenidade foi realizada na Comunidade dos Arturos, no Município de Contagem, na área metropolitana de Belo Horizonte. Com sua expressiva religiosidade, a Comunidade dos Arturos, representada juridicamente pela Irmandade Nossa Senhora do Rosário de Contagem, vem há mais de um século manifestando culto a Nossa Senhora do Rosário.


O dia 13 de Maio é especialmente comemorado por eles em lembrança da Abolição da Escravatura. Neste ano, a festa contou com a presença de um bisneto da Princesa Isabel, o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança.
No Espírito Santo, no marco das comemorações do dia 13 de maio, a direção do Museu do Município de São Mateus teve a feliz idéia de contemplar 120 afrodescendentes com o título de Cidadão Vencedor. Entre os homenageados encontravam-se também o ex-Prefeito Amocim Leite, o Vice-Prefeito Antônio Gomes, os Vereadores Paulo Rodrigues de Matos e Jorge Recla de Jesus e o Padre Jefferson Luiz Guimarães.

O organizador da programação foi o curador do Museu, o historiador Eliezer Nardoto, segundo o qual a única exigência requerida do cidadão homenageado era ter nascido em São Mateus. Ressaltou ainda que, na escolha, deu prioridade aos representantes de diversos setores da sociedade: educação, saúde, esporte, folclore, religião, funcionalismo público e movimentos sociais.
Eu fico muito satisfeito em receber esta homenagem, nunca aconteceu, pela luta que tenho de muitos anos. Eu fico satisfeito e agradeço a Eliezer Nardoto e o povo que me ajudou. Esta homenagem me dá orgulho e fica na lembrança pelo resto da vida, disse um dos homenageados, o agricultor do Sítio São João, na comunidade Rio Preto, Antônio Manoel dos Santos Filho, 68 anos.
O Prefeito Lauriano Zancanela, que participou da entrega do título Cidadão Vencedor, declarou em seu pronunciamento: Nós temos que somar esforços para unir em torno de uma pátria, onde a questão das diferenças de religião, cor da pele e de condição social não sejam empecilhos para vivermos na plenitude da paz.

Sr. Presidente, no momento em que assistimos a várias forças querendo dilacerar o Brasil, dividindo-o entre indígenas, negros e brancos, folga saber que solenidades como essas são realizadas pelo Brasil afora, num clima não só de concórdia — com um mesmo coração — , mas da melhor das concórdias: aquela que se dá entre irmãos cuja mãe é a Pátria brasileira.
Saibamos promover os vencedores e desbravadores de um Brasil pacífico e cristão, sem divisão ou luta de classes e raças.
Tenho dito

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